sexta-feira, 18 de agosto de 2017

SÉRIE 1: HOMERO CARLOS SIMON O PAPA DA COMUNICAÇÃO


               Uma das estrelas mais cintilantes na constelação dos Simon foi Homero Carlos Simon. Descendente de Nicolau Simon, o terceiro filho de Mathias Simon, era filho de Jacó e Emília Simon. Nascido em 19 de maio de 1920, em São José do Cedro, na época, distrito de Carazinho, teve uma vida fulgurante onde a criatividade, a inteligência e a percepção foram as marcas registradas  em toda a sua trajetória familiar e profissional. Homero faleceu em 1983, deixando marcas indeléveis em todas as pessoas que o cercaram e na maioria das comunidades gaúchas.

Dr. Homero Simon
Afirmo que Homero viveu a vida em toda a sua plenitude. Até os 18 anos, sua vida era igual à maioria dos jovens gaúchos, pois até então havia cursado apenas o quarto ano primário em Carazinho. A pedido de sua mãe Emília foi residir em Getúlio Vargas para cuidar de um cinema de propriedade de sua família. Ali aconteceu o grande salto e a grande decisão de sua vida. Em dez anos jurou que estaria cursando uma faculdade, ou seja aos 28 anos de idade. O primeiro passo, por volta de 1940, foi cursar o chamado Artigo 100 (hoje supletivo)  fazendo em um ano todas as disciplinas do currículo de cinco anos de ginásio. A segunda decisão foi a transferência para Porto Alegre, onde cursou o pré- vestibular antes de entrar para  Faculdade de Engenharia. Simultaneamente custeava seus estudos trabalhando na Rádio Gaúcha e também era jogador de futebol em Porto Alegre e na equipe do Glória de Carazinho. Formou-se em engenharia  civil, eletrônica, mecânica e elétrica. Logo foi responsável pelo projeto hidro-elétrico para a CEEE; responsável técnico na Rádio Gaúcha de 1943 a 1953; Mayrink Veiga, no Rio de  Janeiro e Guaiba até o seu falecimento. Foi também presidente de diversas entidades como Sindicato dos Engenheiros, conselheiro do CREA, Sociedade de Engenharia e professor da PUC e UFRGS. Na sua vida familiar foi casado com Marfisa de Pádua e teve três filhos: Lucy Denise, Sérgio Augusto e Viviane.
Dr. Homero em encontro dos Simon em 1979

                   Em sua vida profissional era considerado “Papa da Comunicação”, o papa do som, o mago do rádio. Amir Domingues, locutor da Rádio Guaiba sempre o considerava o filósofo da comunicação com ideias avançadas para a época, defendia uma melhor utilização dos meios de comunicação. Defendia o projeto de televisão a cabo no Brasil, para impedir a exploração comercial e entendia que o sistema deveria ser encampado pelas Universidades. O rádio no RS caracterizou-se em dois momentos: antes e depois de Homero Carlos Simon. Implantou projetos técnicos em 170 emissoras do RS. A ele deve-se a qualidade do som da Rádio Guaiba  e o mundo deve a Homero a invenção do sistema revolucionário SSB, com a característica de som local, o chamado “retorno” que permite que o locutor ouvisse no mesmo momento  o que estava falando, o que não existia até então. Isto aconteceu na Copa do Mundo de Futebol em 1958, na Suécia, onde a Rádio Guaiba transmitiu todos os jogos. Também foi decisiva sua atuação em 1961, por ocasião da renúncia do presidente Jânio Quadros, quando então o governador do Estado Leonel Brizola  rebelou-se contra o Governo Central e formou a famosa” Cadeia de Rádio da Legalidade” nos porões do Palácio Piratini. Homero foi o montador e o responsável técnico da Cadeia da Legalidade.
                Em todo o Estado e no país inúmeras foram as homenagens  prestadas a Homero sendo que uma delas está em Brasília. O auditório da Federação Nacional de Engenharia leva seu nome.
Homero a estrela cintilante continua a brilhar na comunidade pois em cada fala, em cada programa de rádio, um pouco do Homero está presente
               Homero que foi um homem respeitadíssimo no meio cultural, científico e tecnológico, sempre apoiou a Associação da Família Simon e Afins, tendo sido seu vice-presidente. A ele a nossa homenagem.
 

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