Uma das estrelas mais cintilantes na
constelação dos Simon foi Homero Carlos Simon. Descendente de Nicolau Simon, o
terceiro filho de Mathias Simon, era filho de Jacó e Emília Simon. Nascido em
19 de maio de 1920, em São José do Cedro, na época, distrito de Carazinho, teve
uma vida fulgurante onde a criatividade, a inteligência e a percepção foram as
marcas registradas em toda a sua
trajetória familiar e profissional. Homero faleceu em 1983, deixando marcas
indeléveis em todas as pessoas que o cercaram e na maioria das comunidades
gaúchas.
Afirmo que Homero viveu a vida em toda a sua plenitude. Até os 18 anos, sua vida
era igual à maioria dos jovens gaúchos, pois até então havia cursado apenas o
quarto ano primário em Carazinho. A pedido de sua mãe Emília foi residir em
Getúlio Vargas para cuidar de um cinema de propriedade de sua família. Ali
aconteceu o grande salto e a grande decisão de sua vida. Em dez anos jurou que
estaria cursando uma faculdade, ou seja aos 28 anos de idade. O primeiro passo,
por volta de 1940, foi cursar o chamado Artigo 100 (hoje supletivo) fazendo em um ano todas as disciplinas do
currículo de cinco anos de ginásio. A segunda decisão foi a transferência para
Porto Alegre, onde cursou o pré- vestibular antes de entrar para Faculdade de Engenharia. Simultaneamente
custeava seus estudos trabalhando na Rádio Gaúcha e também era jogador de
futebol em Porto Alegre e na equipe do Glória de Carazinho. Formou-se em
engenharia civil, eletrônica, mecânica e
elétrica. Logo foi responsável pelo projeto hidro-elétrico para a CEEE;
responsável técnico na Rádio Gaúcha de 1943 a 1953; Mayrink Veiga, no Rio
de Janeiro e Guaiba até o seu
falecimento. Foi também presidente de diversas entidades como Sindicato dos
Engenheiros, conselheiro do CREA, Sociedade de Engenharia e professor da PUC e
UFRGS. Na sua vida familiar foi casado com Marfisa de Pádua e teve três filhos:
Lucy Denise, Sérgio Augusto e Viviane.
Dr. Homero em encontro dos Simon em 1979 |
Em
sua vida profissional era considerado “Papa da Comunicação”, o papa do som, o mago
do rádio. Amir Domingues, locutor da Rádio Guaiba sempre o considerava o
filósofo da comunicação com ideias avançadas para a época, defendia uma melhor
utilização dos meios de comunicação. Defendia o projeto de televisão a cabo no
Brasil, para impedir a exploração comercial e entendia que o sistema deveria
ser encampado pelas Universidades. O rádio no RS caracterizou-se em dois
momentos: antes e depois de Homero Carlos Simon. Implantou projetos técnicos em
170 emissoras do RS. A ele deve-se a qualidade do som da Rádio Guaiba e o mundo deve a Homero a invenção do
sistema revolucionário SSB, com a
característica de som local, o chamado “retorno” que permite que o locutor
ouvisse no mesmo momento o que estava
falando, o que não existia até então. Isto aconteceu na Copa do Mundo de
Futebol em 1958, na Suécia, onde a Rádio Guaiba transmitiu todos os jogos. Também
foi decisiva sua atuação em 1961, por ocasião da renúncia do presidente Jânio Quadros,
quando então o governador do Estado Leonel Brizola rebelou-se contra o Governo Central e formou
a famosa” Cadeia de Rádio da Legalidade” nos porões do Palácio Piratini. Homero
foi o montador e o responsável técnico da Cadeia da Legalidade.
Em todo o Estado e no país inúmeras
foram as homenagens prestadas a Homero
sendo que uma delas está em Brasília. O auditório da Federação Nacional de
Engenharia leva seu nome.
Homero a estrela cintilante continua
a brilhar na comunidade pois em cada fala, em cada programa de rádio, um pouco
do Homero está presente
Homero que foi um homem respeitadíssimo
no meio cultural, científico e tecnológico, sempre apoiou a Associação da
Família Simon e Afins, tendo sido seu vice-presidente. A ele a nossa homenagem.
Meus parabens ! Excelente e merecida homenagem !
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