O barco tem 8,20 m de comprimento |
Fiquei ainda mais impressionado com as
explicações que os técnicos estavam repassando: 8,20 m de comprimento por 2,30 m de largura e 1,20 m de altura. Um
autêntico “pesqueiro”, pois o barco comportava cinco pessoas, sendo quatro como
remadores, dois de cada lado, e um quinto para orientar a vela.
Tudo começou
quando dois irmãos estavam passeando nas margens do Lago Genezaré, em frente ao Kibutz Ginossar
(cooperativa socialista), perto das cidades de Magdala e Tiberias, em Israel. O
lago havia baixado alguns metros, por causa da seca do outono, daquele ano. De
repente um deles avistou, em meio ao lodo, algumas madeiras sobrepostas e
unidas que despertaram sua curiosidade. Aproximou-se e apalpando com as mãos
sob o lodo, observou que tais madeiras estavam juntas num espaço de mais de
metro. Logo, os irmãos perceberam que se tratava de um achado histórico. Os
líderes do Kibutz foram chamados, isolaram a área e a protegeram. Foi imediatamente
avisada uma instituição chamada Israel Antiquities Authority (Autoridade de
Antiguidades de Israel), que enviou técnicos e voluntários para resgatar o
“Barco de Jesus” ou o “Barco da Galileia”. Foi feita uma operação tecnológica
nunca vista. Primeiro foi implantado um muro de contenção para separar a região
do barco do restante do lago; depois, iniciou-se cuidadosa escavação ao redor e
embaixo do barco. Ao mesmo tempo foi injetada uma mistura de fibra de vidro e
espuma de polietileno, ao redor do barco, para finalmente fazer o resgate.
O barco foi achado no Lago Genezaré |
Detalhes do encaixe e dos pregos |
Depois, abriu-se o muro de contenção e se
formou uma piscina com a água do lago e finalmente o barco foi levado, boiando,
para uma piscina especial no Museu Igal Alon. Desde o ano 2000 ele está exposto
para visitação pública, sustentado por cabos de aço, em ambiente com
temperatura adequada, no próprio Kibutz Ginossar, no Museu construído especialmente
para este fim.
Os
especialistas explicam que o barco foi feito de acordo com os moldes da época.
As tábuas unidas por encaixe e a ligadas à estrutura por pregos de ferro. Foram
usados 12 diferentes tipos de madeira. Havia muitos remendos e consertos e
reutilização das vigas. A grande variedade de madeira usada no casco sugere que
a embarcação foi utilizada por um longo período e que seu proprietário era de
poucos recursos.
Imaginei que
um barco semelhante a este foi utilizado por Pedro e seu irmão André, que o
emprestaram para Jesus pregar sua nova doutrina e realizar suas viagens pelo
Lago Genezaré. Pode ter sido um barco como este utilizado na batalha naval
travada entre judeus e romanos, ocorrida bem em frente à cidade de Magdala,
cujo chefe dos judeus era Flávio Josefo. Ao todo foram 230 barcos utilizados
nesta batalha em que todos os judeus foram massacrados. Mas esta história será
contada em outra ocasião.
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