Quem for a Cuba fazer turismo, desfrutará do maravilhoso mar do Caribe e
de resorts magníficos,
construídos e explorados por empresas estrangeiras, com conforto de hospedagem cinco
estrelas. Nas principais cidades, o turista poderá encantar-se também com casarões,
palacetes, igrejas e monumentos antigos que fazem parte do conjunto de prédios
coloniais preservados.
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Restauração do Palácio do governo em Santiago |
A Cuba pré-revolução era um país rico, mas de enorme desigualdade
social, sob forte influência dos
EUA, porque esse país colaborou muito para que Cuba conquistasse sua independência da
Espanha. Nas cidades maiores as edificações públicas e residências da alta
sociedade eram prédios suntuosos, em estilo colonial espanhol. Hoje, muitos prédios
desse conjunto arquitetônico riquíssimo estão preservados para utilização por
entidades do governo ou para exploração turística e, são lindíssimos.
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Um quarteirão em ruínas em Manzanilllo |
A partir da revolução de 1959, apenas os imóveis de interesse do governo
puderam ser recuperados.
Aqueles que continuaram sendo ocupados pelas famílias, igrejas e escolas particulares
confiscadas pela revolução, foram proibidos de serem reformados.Também foi proibida a
construção de novos prédios. Passados cinqüenta anos, estas casas e edifícios
estão em ruínas. Além disso, em Santiago, o tufão Sandy arrasou quase toda a
cidade. Passados dois anos, mais de 200
famílias ainda não retornaram às suas casas, por não poderem reconstruí-las e moram
em escolas estatais desativadas.
Em
alguns quarteirões, parece que caiu uma bomba e tudo foi destruído. É o apocalipse antecipado.
Esta foi a maior surpresa e decepção que tive ao visitar Havana e outras
cidades.
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Quarteirão em ruínas em Havana |
O turista, conduzido a visitar praias e locais históricos, dificilmente
percebe o grau de abandono e
destruição das cidades. Geralmente, na sua programação, um dia está reservado
para visitar Havana, onde o
centro foi parcialmente reconstruído com edifícios lindíssimos.
Se o turista passear somente no centro da Ciudad Vieja, ficará com uma impressão boa
da Capital.
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O Capitólio, obra prima de Havana |
A principal atração é o grandioso Capitólio, similar ao existente
nos Estados Unidos. Outra, é o Museu da Revolução, onde está, em uma redoma de
vidro, o barco em que Fidel Castro fugiu do México para Cuba.Também a catedral
metropolitana é lugar de visitação dos turistas. Outro programa é rodar pela chamada
Quinta Avenida, onde estão todas as embaixadas e hoteis, edifícios modernos, de categoria
internacional. No final desta avenida, fica uma das residências de Fidel Castro.
Nas ruas principais, por onde o turista caminha, praticamente todos os
prédios foram reformados. Já
nas ruas laterais, percebe-se o abandono dos prédios. Isto acontece nas
principais cidades como Havana, Santiago, Santa Clara, Camaguey, Holgin e outras.
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Uma rua restaurada em Santiago |
Felizmente, Cuba está respirando novos ares em relação à reforma de
casas e edifícios, com leis próprias. Quem tiver
condições de reformar sua casa, por contar com ajuda de parentes no exterior para fazer a
obra, recebe a permissão do governo, mas ainda dependerá de conseguir comprar
cimento, tijolos e outros materiais, pois são produtos, normalmente,em falta. Um amigo, em
Santiago de Cuba, mostrou-me as pedras compradas há meses para a reforma da sua
casa, mas ainda não havia conseguido adquirir cimento.
Uma das instituições que está reformando seus templos é a Igreja católica. Ela vive de subsídios estrangeiros, pois as entradas não cobre os custos de manutenção
de uma paróquia. As principais entidades financiadoras do exterior são: a
Misereor e Adveniat, da Alemanha e a instituição dos bispos americanos. Em Santiago, a
catedral está sendo reformada, para comemorar os 500 anos de fundação da cidade, que
acontecerá em julho de 2015.
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Igreja devolvida. Era uma escola. |
Para ter uma impressão real, o turista deveria ir até a periferia das
cidades e constatar a falta de
condições de habitação dos cubanos que vivem em cortiços onde várias gerações de
famílias vivem juntos, desde o bisavô até o recém casado. Na maioria das casas observa-se
um idoso ou idosa, sentado em uma cadeira na soleira da porta vendo o tempo passar.
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