Um dos grandes feitos dos
Simon, no século passado, digno de registro
e que demonstra a fibra das mulheres Simon foi Maria Simon, casada com
Pedro Fridolino Escher. Maria nasceu na Linha Caraguatá, então município de São
Luiz Gonzaga, hoje Cerro Largo, no dia 22 de setembro de 1922. Em 1939,
transferiu-se para Alecrim. Tinha então 17 anos. Ali com seus pais e doze
irmãos, dedicavam-se ao fumo como principal produto, na roça. E com os seus
21anos, casa-se com Pedro Fridolino
Escher, um moço esbelto de Santo Cristo.
A simpática dona Maria |
A vida era
na roça, no interior de Alecrim, junto aos peraus do Rio Uruguai. Era uma vida
muito difícil. Mas Maria seguiu os passos de sua família paterna, constituindo
uma grande família tendo 11 filhos, em vinte anos de casamento.
No
pensamento de Pedro e Maria um sonho começou a projetar-se: a transferência da
família para o Paraná. Nas décadas de 1960 e 1970, a leva de gaúchos ao Paraná
e Mato Grosso foi muito grande. Mas a família tinha poucas posses. Então veio a
decisão: iriam de carroça, de Alecrim até Medianeira, no Paraná, logo após a
fronteira com Santa Catarina.
Dona Maria em sua casa recebendo parentes |
Feitos os
preparativos e depois da venda da terra, a família com 11 filhos inicia a longa
viagem de um mês, atravessando todo o noroeste do Rio Grande do Sul, por Santa
Rosa, Tucunduva, Horizontina, Três Passos, passando de balsa o Rio Uruguai e
seguindo o trajeto rumo ao Paraná, atravessando, de sul a norte, toda Santa
Catarina. Conta Maria, que as crianças viajavam na carroça e os maiores e os
pais caminhavam a pé. Levavam ainda uma vaca, uma junta de bois, um cavalo,
ferramentas, pertences da família, um fogão e comida suficiente para o longo
trajeto. Durante a espinhosa viagem acontece o inesperado: a vaca deu cria e a
caravana estacionou por um dia. No outro, o terneirinho viajou na carroça e a
mãe atrás do filhote.
O Paraná,
naquela época, era a terra da promissão e à espera de mão de obra para a
derrubada de mato virgem. Pedro e Maria com os filhos se estabeleceram na Linha
Boa Vista, no município de hoje Serranópolis. Na época pertencia a Medianeira.
Dona Maria no Encontro dos Simon em Foz do Iguaçu |
A família
adquiriu terras produtivas. Os primeiros anos foram de grandes dificuldades,
pois o sustento da família vinha da derrubada da mata virgem cujas toras eram
vendidas na serraria local de Lúcio Coito. Plantava-se mandioca e milho e ali a
família permaneceu até os dias de hoje.
Em 1962,
foi organizada uma festa na comunidade de Boa Vista para arrecadação de
recursos para construir a igreja. Dois anos depois houve a inauguração com
outra grande festa. O primeiro boteco na vila surgiu em 1961, seguido de
escola, farmácia, mercearia. A vida corria tranquila e a população reunia-se
aos domingos para jogar bocha, futebol e participava dos bailes. Em 1978, a
localidade possuía 250 famílias. Dali em diante entrou em declínio a ponto de,
passados 30 anos, em 2005 apenas restava a igreja, o salão de baile, o campo de
futebol e o cemitério. Os colonos, na sua maioria foram para as cidades
próximas.
Um dos bordados na parede da cozinha de Dona Maria |
Este é um
dos exemplos dos milhares de parentes que foram tentar nova vida no Paraná,
Mato Grosso e outros Estados. Hoje os Simon estão em 17 estados da Federação.
Desta
forma, os Simon ajudaram na colonização do oeste paranaense e contribuíram com
seu trabalho no desenvolvimento de um dos melhores Estados brasileiros.
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