Uma das mais brilhantes figuras da
constelação dos Simon, sem dúvida, é o professor e pintor Círio Simon. Nascido
em 16 de setembro de 1936 em Linha Mirim do Maneador, então distrito de Passo
Fundo e hoje distrito de Sarandi, descendente do oitavo filho de Mathias Simon.
Círio é o primogênito do casal José Liell Simon e Lucila Klein Talheimer. Desde os
primeiros passos teve uma profunda influência do pai que também era seu
professor e por isso fez o primário na Escola Municipal de São José do
Maneador. Em Carazinho, cursou o ginásio, transferindo-se para Canoas onde
entrou na Sociedade Porvir Científico e ali cursou o normal. Em 1958 ingressa
no Instituto de Artes da UFRGS e ao mesmo tempo foi professor alfabetizador dos
operários da Fábrica Brahma em Porto Alegre, trabalhando como voluntário.
O pintor Círio Simon |
Mas Círio estava insatisfeito.
Queria mais. Seu sonho era ser artista plástico. Para isso, realizou o Curso de
Artes Plásticas no antigo Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul, sendo
orientado, entre 1958 e 1962, pela legendária equipe da época, como Aldo
Malagoli, Luis Fernando Corona, Ângelo Guido, Aldo Locatelli, Iberê Camargo, e
Rose Lutzenberger e convivendo com colegas que mantinham a mesma aspiração. Mas
a vontade de ser artista plástico teve de ser superada pela atividade docente,
que três gerações da sua família já haviam exercido. Frequentou a Licenciatura
de Desenho da Faculdade de Filosofia da UFRGS, onde encontrou a confluência de
todos o cursos de graduação e a elite dos seus estudantes e docentes. Formou-se
em 1964. Atuou, até 1985, em salas de aulas populares e da periferia ao longo
dos anos de chumbo. Além de ganhar o seu pão e da sua família, fez uma legião
de amigos entre os docentes e os estudantes nos colégios São João, Cândido Godói,
Luis Dourado, São Judas, Champagnat, José Mesquita e Rosário. Acompanhou os
seus colegas de graduação atuando como docente na FEEVALE e Faculdade
Palestrina. Para dar suporte a essa atuação cursou a Especialização em Ensino
Superior e depois o mestrado em Método em Técnicas de Ensino.
Pintura da chegada de Mathias Simon a S. Leopoldo em 1829. Autoria de Cirio Simon |
Em 1985 começou a se
dedicar exclusivamente à docência atuando na Faculdade de Arquitetura e na
FABICO, lotado e lecionando no Departamento de Artes do IA além da vida
sindical na ADUFRGS. A partir de 1995 seguiu o programa de Doutoramento em
História na PUC-RS para atender as exigências que essa escolha lhe valeu.
Círio e esposa em 1991 |
Círio tem uma imensa produção artística
e intelectual com murais públicos e
monumentais em cimento, em acrílico e a óleo. Suas pinturas estão em colégios,
igrejas, instituições públicas e privadas. Uma de suas realizações foi trabalhar
como auxiliar do mestre Locatelli na pintura da Catedral de Novo Hamburgo.
Seus cinco livros são dedicados à arte,
artigos em revistas nacionais, apostilas e palestras, bem como projetos de
pesquisas. Ao defender a sua tese, em 2002, ele esperava dedicar o resto de sua
vida às atividades de pesquisa e de docência em grandes turmas, mas foi
surpreendido ao ser escolhido para assumir a tarefa de diretor do Instituto de Artes
da UFRGS, posição que levou à sua aposentadoria compulsória em 2006. Nessa
seqüência de vontades contrariadas, esqueceu de fazer uma carreira própria, nem
teve tempo para procurar prêmios ou atravessar o Atlântico, o Equador, muito
menos o Pacífico. Seus prêmios são os seus amigos e as suas viagens consistem
na fidelidade à sua terra natal. Quem entrar na Capela da Linha Mirim no
interior de Sarandi, lá verá uma de suas obras de arte, fruto de seu amor à
terra natal.No
entanto, tudo o que escrevemos aqui ainda é pouco para expressar quem realmente
é Círio Simon. Casado com Marília Vaz da Costa tem dois filhos Déborah Simone e
Círio José. Apesar de estar imerso na sua vida intelectual, Círio sempre foi um
entusiasta pela sua família, pelas origens e pelos seus antepassados. Desde o
primeiro Encontro dos Simon em Porto Alegre, em 1977, Círio é ativo
participante da família, tendo participado de diversas diretorias, bem como de
seus encontros e de suas festas. É dele a autoria do quadro da primeira
alegoria da “Chegada de Mathias Simon a São Leopoldo”. Não contente com isso,
realizou outras pinturas alusivas ao mesmo tema, bem como da chegada de Mathias
Simon à Capela do Rosário, onde Mathias Simon plantou suas raízes familiares em
1829.
O casal Círio e Marília em 1978 no encontro dos Simon |
Para
uma visão geral de seu trabalho é interessante acessar seus blogs, onde escreve
diariamente. Um deles é dedicado à Família Simon, sob o endereço:
Mathiassimon.blogspot.com. Círio faz análises históricas, filosóficas e circunstanciais,
provando a participação dos Simon na vida dos gaúchos
.
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