domingo, 20 de agosto de 2017

PEDRA MÓ DO MOINHO DOS SIMON SALVA POR UM JOVEM


Aqui o depoimento do jovem Fabrício Simon Martins, residente em Novo Hamburgo, que descreve a compra das pedras mó do moinho de Mathias Simon, na Casa dos Simon. Fabrício é filho de Luís Paulo Martins e Anna Mari Simon Martins. É um exemplo de como um Simon deve valorizar a história de seus antepassados:

              "Podemos considerar a derrubada do moinho construído pela família Simon, no século XVIII, como uma das mais lastimáveis perdas. O moinho construído para triturar arroz, trigo e milho, no município de São José do Hortêncio, na Capela N.Sra. do Rosário, digno de tombamento histórico, foi a primeira indústria da região. Por volta do ano de 1992, fora das mãos da família, foi demolido pelo então dono da propriedade.
 



Fabrício Simon Martins



As pedras estão em frente à Casa dos Simon

Em certo picnic organizado pela diretoria da Família Simon - Novo Hamburgo - tendo como local a Casa dos Simon, na Capela do Rosário, vimos que o moinho começou a ser desmanchado. Todos lamentávamos tal destruição. Foi então que eu e meu pai tivemos a idéia de pelo menos salvar as duas peças consideradas as almas do moinho, ou seja, as moas de pedra grés, esculpidas a mão, um trabalho artesanal que deve ter requerido grande esforço de nossos antepassados. À primeira vista, nos pareciam como maiores problemas o tamanho e massa das pedras, pois cada uma tem aproximadamente 300 kg e também o difícil acesso ao local.
Outra pedra na Casa dos Simon

Cerca de dois meses depois pedi a meu pai que arranjasse emprestado o caminhão da firma onde ele trabalhava. Era um dia quente de verão. Contando com a experiência de meu pai no transporte de cargas, que uma vez teve uma transportadora, nos aventuramos no resgate. Chegamos lá pela manhã. Aos poucos fizemos contato e conquistamos a confiança do proprietário do terreno onde estava localizado o moinho. Achamos que seria só chegar e levar a pedras, mas então o dono do terreno e também das pedras na época, notando nosso interesse nas pedras começou a valorizá-las, alegando que iria usá-las como pedras de alicerce e que tivera muito trabalho para retirá-las do canal de vazão do moinhos. Ele pediu um valor exorbitante na época. Então meu pai, habilidosamente, propôs pagar pelas pedras o valor em dinheiro equivalente em pedras de alicerce. Naquele momento, compramos apenas uma das pedras o equivalente a R$ 40,00, pois não havíamos levado muito dinheiro, não estávamos preparados por tal fato.
Ficamos mais um pouco na casa do homem, conversa vai, conversa vem, tomamos um chimarrão. Meu pai comprou dele também, um pouco de carvão e alho e ele tornando-se mais amigável, resolveu também entregar a outra pedra. As pedras foram arrastadas com cordas e correntes até um barranco próximo que foi utilizado como plataforma. Em seguida, com alavancas fizemo-as deslizar para dentro do caminhão.
À tarde, já muito cansados, retornamos a Novo Hamburgo, desembarcando-as num terreno do meu pai, no Bairro Rondônia. Em 2016, as pedras foram removidas para a Casa dos Simon"


 
 

 

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