quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Local do batismo de Jesus é motivo de disputa entre Israel e Jordânia




O local exato onde Jesus foi batizado por João Batista, no Rio Jordão, ainda hoje é motivo de disputa entre Israel e Jordânia.
Em Israel, é o lugar chamado Qassir El Yeud, localizado perto de Jericó e de Jerusalém, que esteve fechado por 40 anos, pois em 1967 os israelenses o transformaram em zona militar e ali foram colocadas muitas minas. Há pouco tempo o local foi reaberto e agora é o preferido dos peregrinos cristãos, que vão para lá por motivos religiosos e ali, muitos se batizam.

O batismo de imersão

A Jordânia, por sua vez, reivindica outro local, a 40 km de Amã, perto do Mar Morto como sendo o do batismo de Jesus. João Paulo II e Bento XVI visitaram Israel e também estiveram nesse local jordaniano.
A realidade é que João Batista batizou em vários pontos do Jordão, desde o Mar Morto até o Lago Genezaré.  Existem ainda outros lugares que reivindicam o batismo do Messias, como Eanon no meio do caminho entre o Lago Genezaré e o Mar Morto e a aldeia de Senabris, na saída do Rio Jordão do Lago Genezaré, além de Qassir e Yelud e da Jordânia.
Israel, em 2012, proibiu os batizados no Rio Jordão porque o rio está muito seco e com níveis de poluição altíssimos. Os órgãos do Ministério da Saúde avisam que o nível de contaminação é quatro vezes maior que o limite aceitável. A poluição origina-se do esgoto sem tratamento que é lançado no rio. .Cerca de 96 % dos 1,3 bilhão de litros d’água, que deveriam fluir, são desviados para irrigação, tanto no lado israelense como no jordaniano e palestino. O rio cheira mal, tem cor verde e é muito sujo, com muito lixo plástico nas suas margens.  O outrora famoso Rio Jordão, de tantas glórias no passado, agora não passa de um riacho. O rio é citado 175 vezes no Antigo Testamento e 15 vezes no Novo Testamento. Os israelenses proibiram o banho, mas não interditaram o local, por motivos econômicos já que é um grande centro turístico, com a afluência de milhões de peregrinos.
Local de cultos

Fomos visitar Qassir El Yeud , a 15 km de Jericó. O local é policiado pelos israelenses. O governo o dotou de boa infraestrutura com estacionamento, restaurante, lojas, banheiros, galpão coberto para rezar missa ou fazer reuniões e o acesso ao Rio Jordão. Apesar da proibição, milhares de peregrinos se revezam e realizam a cerimônia do batismo de crentes, que se misturam entre as várias religiões cristãs. Os católicos são maioria, predominando os poloneses, italianos e espanhóis. Vimos várias excursões de brasileiros católicos, da igreja Quadrangular, da Assembléia de Deus e da Igreja Universal.
O rio Jordão está morrendo

O local junto ao Rio Jordão é constituído de uma arquibancada para os fiéis assistentes e de uma espécie de piscina, com base em concreto e com proteção para o crente não cair na corrente do rio. O padre ou o pastor, vestido de branco, depois de fazer orações, entra no rio, acompanhado pelo batizando, também vestido de branco e ali é dado um banho de imersão total. Assisti ao batizado católico de alemães. Depois de rezarem bastante e de invocarem a ladainha de todos os santos e da pregação do padre, houve o banho de imersão de uma senhora. Ao lado, peregrinos cristãos da Coréia do Sul aguardavam a vez. Outro grupo era de irlandeses que, impacientes, esperavam debaixo de um sol escaldante de mais de 35 graus.
Um bunker israelense ao lado do local de batismos

Israel respeita e tem um carinho especial pelo peregrino, pois ele deixa aqui muitos dólares, que movimentam a economia do país.





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