terça-feira, 13 de junho de 2017

PRIMEIROS ANOS DA FAMÍLIA SIMON NO BRASIL


 


Chegada de Mathias e família ao lote demarcado
 Pintor: Círio Simon
Pouco sabemos dos primeiros anos de trabalho da família Simon na Capela do Rosário, no interior de São José do Hortêncio. Depois de chegar a São Leopoldo e residirem na Feitoria Velha, que abrigava os imigrantes alemães até suas terras serem demarcadas, a família de Mathias viajou, ou de carroção pelas picadas, ou de barco pelo rio Cadeia, e estabeleceu-se no lote demarcado, situado perto do Rio Cadeia, naquela época navegável. Hoje localiza-se quase em frente à Capela do Rosário, a 8 km de São José do Hortêncio. Foram anos muito difíceis, pois Mathias teve que, primeiramente, construir uma cabana, coberta com palmeiras para o abrigo da chuva, do frio e do vento, derrubar a floresta, fazer o primeiro plantio, esperar a primeira colheita, caçar animais para alimentar os filhos e enfrentar todas as dificuldades e perigos. Na época, reinava um espírito de solidariedade muito profundo, onde um colono ajudava o outro, em forma de mutirão.

Moinho (ao meio) construído por Mathias ao lado da casa.


Com 40 anos de idade e com seis filhos, teve pouco ajuda deles, pois todos eram crianças: Helena, a mais velha tinha 13 anos, Bárbara, 11 anos, Nikolaus, nove anos, Elizabeth, sete anos, Johannes, cinco anos e Catharina com dois anos. Aqui no Brasil, Mathias teve mais quatro filhos: Rosa, Miguel, Mathias e Pedro. Contou somente com o auxílio de sua esposa Margarethe.

Pedra mó do moinho de Mathias

Podemos ter uma ideia dos sofrimentos que passaram estes nossos ascendentes, através de uma carta de um vizinho de Mathias, chamado João Kayser, datada de 16 de janeiro de 1831, enviada da Picada do Rio de Cadeia (depois Capela do Rosário), à família que ficou na Alemanha. Kaiser ocupou o lote de número 13, quase às margens do Rio Cadeia. Em alguns trechos da carta, João Kayser narra o dia a dia dos colonos que habitaram aquela região. Disse ele:  "a zona da mata onde moramos pode ser comparada a uma aldeia de primeira ordem na Alemanha. Mas tudo é mata e árvores por todo lado. Cada colônia tem 100 braças de largura e 1.600 braças de comprimento, contendo uma braça sete pés e meio. Nesta picada encontram-se 54 colônias do lado direito e 54 no lado esquerdo, 108, portanto, habitadas até agora. Temos recebido direitinho do Imperador, nossos subsídios e mesadas na importância de um franco (160 réis) por dia durante o primeiro ano e meio franco (80 réis) no segundo ano. Também a ferramenta agrícola e o gado prometidos nos devem fornecer ainda”. Depois ele relata a distância entre as localidades. “ De nossa colônia até a cidade de São Leopoldo são seis horas (a cavalo). De lá a Porto Alegre são mais 16 horas por via fluvial e sete por terra”. 
Mathias procurou juntar-se aos demais colonos e já em 1846 ele aparece como fabriqueiro (da diretoria) da paróquia  de São José do Hortêncio. Isto atesta que ele estava engajado na comunidade católica desde os primeiros anos. Na Alemanha, Mathias era moleiro e aqui se preocupou com a instalação do moinho colonial em suas terras, aproveitando um córrego de água. Fez uma represa e dali construiu um canal, com muros de pedra, numa extensão de mais de 200 metros. Hoje resta somente o término do canal, numa extensão de três a quatro metros. Acredita-se que sua construção foi por volta da década de 1830. Nós conhecemos o pequeno moinho, bem como o canal e a represa, ainda na década de 1980. Em 1991 foi destruído pelos proprietários do lote, restando apenas as duas pedras mó, adquiridas, inteligentemente, pela família de Luiz Paulo Martins, de Novo Hamburgo. As pedras foram levadas para o sítio do Casal Martins. Posteriormente, em 2015, retornaram para a Capela do Rosário, estando hoje em frente à casa dos Simon.

Telhas originais do moinho
Aqui no Brasil, Mathias e Margarethe tiveram mais quatro filhos: Rosa, Miguel, Mathias e Pedro. Os filhos, na medida que iam crescendo, trataram de formar novas famílias. As duas primeiras filhas não casaram. Tinham problemas de saúde. O terceiro filho, Nikolaus somente veio a casar em 1847, com 27 anos. A primeira esposa foi Maria Bach. A segunda esposa foi Catharina Munchen em 1861. Tiveram, no total 15 filhos. A quarta filha foi Elizabethe que casou com José Henz; o quinto filho foi João Simon casado com Maria Werlang; a sexta filha foi Catharina Simon casada com João Pedro Walter; a sétima filha foi Rosa Simon casada com Jacob Martini; o oitavo filho foi Miguel Scherer casado com Joana Scherer; o nono filho foi Mathias Simon (Junior) casado com a primeira esposa denominada Margarida Spaniol em 1859, e a segunda Margarida Genevein; o décimo filho, Pedro  morreu solteiro.


Canal d'agua original do moinho
O casal assistiu a todos os casamentos dos filhos, e sempre participou da paróquia de São José do Hortêncio. Mathias veio a falecer, de ataque cardíaco somente em 1866, com 78 anos. Acredita-se que tenha acompanhado a construção da casa dos Simon, pois sua inauguração em 1868, foi dois após sua morte, conforme atesta no frontispício da casa. Na visita ao filho Mathias Junior, ao atravessar um potreiro, o patriarca caiu morto. A esposa Margarethe somente, faleceu em 1881, com 86 anos.
Destes sete filhos que casaram, originou-se toda a árvore genealógica dos Simon, ou seja os descendentes do mesmo tronco de Mathias.. Estima-se que hoje seus descendentes somam em torno de vinte mil pessoas, no Brasil, Argentina e Paraguai. Para a Argentina, foi Aloisio Simon em 1920, migrando de Bom Princípio (RS) e para o Paraguai, foi Jacob Simon em 1969, migrando da cidade de Planalto (PR).
Na próxima edição, vamos retratar o primeiro encontro com Pedro Emanuel Simon, o iniciador da genealogia dos Simon.
 

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 e residirem na Feitoria Velha, que abrigava os imigrantes alemães até suas terras serem demarcadas, a família de Mathias viajou, ou de carroção pelas picadas, ou de barco pelo rio Cadeia, e estabeleceu-se no lote demarcado, situado perto do Rio Cadeia, naquela época navegável. Hoje localiza-se quase em frente à Capela do Rosário, a 8 km de São José do Hortêncio. Foram anos muito difíceis, pois Mathias teve que, primeiramente, construir uma cabana, coberta com palmeiras para o abrigo da chuva, do frio e do vento, derrubar a floresta, fazer o primeiro plantio, esperar a primeira colheita, caçar animais para alimentar os filhos e enfrentar todas as dificuldades e perigos. Na época, reinava um espírito de solidariedade muito profundo, onde um colono ajudava o outro, em forma de mutirão.
Com 40 anos de idade e com seis filhos, teve pouco ajuda deles, pois todos eram crianças: Helena, a mais velha tinha 13 anos, Bárbara, 11 anos, Nikolaus, nove anos, Elizabeth, sete anos, Johannes, cinco anos e Catharina com dois anos. Aqui no Brasil, Mathias teve mais quatro filhos: Rosa, Miguel, Mathias e Pedro. Contou somente com o auxílio de sua esposa Margarethe.
Podemos ter uma ideia dos sofrimentos que passaram estes nossos ascendentes, através de uma carta de um vizinho de Mathias, chamado João Kayser, datada de 16 de janeiro de 1831, enviada da Picada do Rio de Cadeia (depois Capela do Rosário), à família que ficou na Alemanha. Kaiser ocupou o lote de número 13, quase às margens do Rio Cadeia. Em alguns trechos da carta, João Kayser narra o dia a dia dos colonos que habitaram aquela região. Disse ele: “ a zona da mata onde moramos pode ser comparada a uma aldeia de primeira ordem na Alemanha. Mas tudo é mata e árvores por todo lado. Cada colônia tem 100 braças de largura e 1.600 braças de comprimento, contendo uma braça sete pés e meio. Nesta picada encontram-se 54 colônias do lado direito e 54 no lado esquerdo, 108, portanto, habitadas até agora. Temos recebido direitinho do Imperador, nossos subsídios e mesadas na importância de um franco (160 réis) por dia durante o primeiro ano e meio franco (80 réis) no segundo ano. Também a ferramenta agrícola e o gado prometidos nos devem fornecer ainda”. Depois ele relata a distância entre as localidades. “ De nossa colônia até a cidade de São Leopoldo são seis horas (a cavalo). De lá a Porto Alegre são mais 16 horas por via fluvial e sete por terra”.  Mathias procurou juntar-se aos demais colonos e já em 1846 ele aparece como fabriqueiro (da diretoria) da paróquia  de São José do Hortêncio. Isto atesta que ele estava engajado na comunidade católica desde os primeiros anos. Na Alemanha, Mathias era moleiro e aqui se preocupou com a instalação do moinho colonial em suas terras, aproveitando um córrego de água. Fez uma represa e dali construiu um canal, com muros de pedra, numa extensão de mais de 200 metros. Hoje resta somente o término do canal, numa extensão de três a quatro metros. Acredita-se que sua construção foi por volta da década de 1830. Nós conhecemos o pequeno moinho, bem como o canal e a represa, ainda na década de 1980. Em 1991 foi destruído pelos proprietários do lote, restando apenas as duas pedras mó, adquiridas, inteligentemente, pela família de Luiz Paulo Martins, de Novo Hamburgo. As pedras foram levadas para o sítio do Casal Martins. Posteriormente, em 2015, retornaram para a Capela do Rosário, estando hoje em frente à casa dos Simon.
 
 
 
Aqui no Brasil, Mathias e Margarethe tiveram mais quatro filhos: Rosa, Miguel, Mathias e Pedro. Os filhos, na medida que iam crescendo, trataram de formar novas famílias. As duas primeiras filhas não casaram. Tinham problemas de saúde. O terceiro filho, Nikolaus somente veio a casar em 1847, com 27 anos. A primeira esposa foi Maria Bach. A segunda esposa foi Catharina Munchen em 1861. Tiveram, no total 15 filhos. A quarta filha foi Elizabethe casou com José Henz; o quinto filho foi João Simon casado com Maria Werlang; a sexta filha foi Catharina Simon casada com João Pedro Walter;
a sétima filha foi Rosa Simon casada com Jacob Martini; o oitavo filho foi Miguel Scherer casado com Joana Scherer; o nono filho foi Mathias Simon (Junior) casado com a primeira esposa denominada Margarida Spaniol em 1859, e a segunda Margarida Genevein; o décimo filho, Pedro  morreu solteiro.

O casal assistiu a todos os casamentos dos filhos, e sempre participou da paróquia de São José do Hortêncio. Mathias veio a falecer, de ataque cardíaco somente em 1866 com 78 anos. Acredita-se que tenha acompanhado a construção da casa dos Simon, pois sua inauguração em 1868, foi dois após sua morte, conforme atesta no frontispício da casa. Na visita ao filho Mathias Junior, ao atravessar um potreiro, o patriarca caiu morto. A esposa Margarethe somente, faleceu em 1881, com 86 anos.

 

Destes sete filhos que casaram, originou-se toda a árvore genealógica dos Simon, ou seja os descendentes do mesmo tronco de Mathias.. Estima-se que hoje seus descendentes alcançam em torno de vinte mil pessoas, no Brasil, Argentina e Paraguai. Para a Argentina, foi Aloisio Simon em 1920, migrando de Bom Princípio (RS) e para o Paraguai, foi Jacob Simon em 1969, migrando da cidade de Planalto (PR).

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