sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

PEDRO SIMON O PIONEIRO DOS SIMON EM PINHALZINHYO


              No século passado, os gaúchos foram os protagonistas da colonização de Santa Catarina e do Paraná, mediante muito sacrifício, aventura e desafios. As empresas colonizadoras atraíam principalmente os colonos, com famílias numerosas, prometendo terras férteis e planas. Nas décadas de 40, 50 e 60, milhares de gaúchos atravessaram o Rio Uruguai em busca do Eldorado. Muitos foram beneficiados; outros, foram sacrificados devido às colônias com terras impróprias para a agricultura, impossibilitando uso de novas tecnologias.
Família de Pedro Simon em 1946, com a casa ao fundo

            Em meio ao êxodo rural do Rio Grande, um Simon chamado Pedro foi um dos aventureiros. Nasceu em Forqueta, perto de Caxias do Sul, no dia 27 de dezembro de 1895. Seu pais eram Guilherme Simon e Catharina Kandler e o avô Nicolau Simon, terceiro filho de Mathias Simon, o imigrante alemão. Pedro casou com Reinoldina Jost e desta união resultou em 11 filhos. A família mudou-se, primeiramente, para Selbach ( RS) onde nasceram todos os filhos. Depois, movido pela propaganda das empresas colonizadoras do oeste catarinense, decidiu tomar novo rumo e transferiu-se para o interior de Pinhalzinho (SC).

            A viagem com um caminhão Ford, 1946 foi muito penosa. Contam os filhos de Pedro, que a mudança com toda a família foi num caminhão. Chegando nas margens do Rio Uruguai, o problema tomou ares de aventura. O rio estava cheio e a balsa era movida a remo. Todos os filhos foram obrigados a ajudar a remar para a difícil travessia. Depois de muita reza das mulheres Simon, finalmente a balsa encostou no outro lado. Estavam em Santa Catarina.  O primeiro trecho em direção a Pinhalzinho foi feito de caminhão, por picadas entre morros e cerros, pois não havia estradas. O caminhão trafegou até não poder mais seguir.  Dali, em diante, o trajeto foi feito de carroça alugada e toda a família andou a pé, cada um carregando um objeto ou um saco. Primeiramente, a família tinha escolhido a Linha Machado (Pinhalzinho) para se estabelecer, porém as negociações fracassaram devido às terras acidentadas e toda a família teve que migrar para outro local, desta vez na Linha Anta Gorda, onde viveram por dois anos. Nova mudança, desta vez, a definitva, foi para Linha Volta Grande (Pinhalzinho), onde Pedro comprou duas colônias de terra. Ali vivem alguns descendentes até os dias atuais.
Pedro Simon e esposa, saboreando um chimarrão em 1946

            Os primeiros anos foram muito trabalhosos para toda a família e tudo era feito com muito sacrifício. A falta de estrutura de estradas, a ausência do poder público e a selva que precisava ser dominada a machado e a serra foram alguns empecilhos. Esta foi a vivência deste pioneiro de Pinhalzinho, que afrontou todas as adversidades com coragem, luta e denodo. Os filhos Ari, Otto, Beno, Elvino, Lotário, Seno, Selita, Leonida, Arno, Valdemar e Edmundo foram testemunhas deste migrante que enfrentou o desconhecido, a mata e todos os perigos.  Soube honrar as tradições de seus pais, avós e bisavós e forjou uma família trabalhadora, unida e feliz.


            Hoje seus filhos,  netos e bisnetos participam de diversas comunidades, principalmente em Pinhalzinho, elevando o nome dos Simon, com muito orgulho e deixando um rastro de honradez para as próximas gerações.

 

Um comentário:

  1. Olá tudo bem! Muito interessante sua publicação, muito bom saber um pouco da história e trajetória de nosso bisavô Pedro. Aí conversar com meu pai, filho de Leonida Simon, percebemos que houve um erro de digitação, pois à filha mais velha se chamava Ani/Ana, e não Ari, como está na publicação. Muito obrigada por dividir essas histórias emocionantes !

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