Um
dos passeios imperdíveis para quem vai a Petra na Jordânia, entrando pela cidade
de Ácaba, no Golfo de Acaba, no Mar Vermelho, é sem dúvida o Wadi Rum, (elevado
em aramaico) conhecido também por Vale da Lua, a mais espetacular paisagem no
deserto, com montanhas cortadas pelo vento e pelo clima quente, que dão origem
a um cenário deslumbrante, inimaginável, patético até. É uma região ainda
intocável pela mão do homem, que apenas pode admirar a beleza retocada por
milhões de anos, pelo vento forte do deserto. O ambiente hostil, seco,
pedregoso, e sobretudo, arenoso faz do Wadi Rum um dos lugares mais lindos e
exóticos do mundo. Esta região do deserto sempre foi habitada, desde milhares
de anos, por beduínos itinerantes. Aqui o povo nabateu datado de 300 anos antes de Cristo deixou
inscrições e marcas nas rochas. Aqui o famoso T.E. Lawrence um oficial britânico
que em 1917 - 18, baseava suas operações dos árabes contra os otomanos. Aqui
foram realizados inúmeros filmes, como o Lawrence da Arábia.
A ponte de pedra no deserto |
Um cálice de rochas |
A
região hoje é ainda habitada pelos beduínos, um povo que migra no deserto e
pastoreia suas ovelhas e camelos. Desde 2007, os beduínos resolveram valorizar
sua região e implantaram uma infraestrutura turística no meio do deserto para
atrair turistas do mudo inteiro. São cerca de 25 hotéis na areia, onde montaram
tendas, com um restaurante, bar e pista para dança. A tenda é uma espécie de
quarto, coberto de peles e de lã, com um banheiro de alvenaria também coberto por tecidos
grossos e coloridos Tudo muito simples e aconchegante. Os chamados quartos não
possuem chave. Apenas uma tramela na porta. Os beduínos, em pouco tempo se
transformaram em empresários, e ostentam além do ouro em seus braceletes e
dentes, potentes camionetas 4 x 4, adaptadas para trafegar no deserto. Pode-se
também alugar camelos ou cavalos árabes. A maioria das tendas está no sopé de
montanhas e penhascos, portanto protegidos do vento do deserto.
O passeio constitui em um tour pelo deserto para admirar as formações rochosas multicoloridas, que chegam a mais de 1770 metros . Munidos de abundante água e de protetor solar, é possível enfrentar o sol escaldante de mais de 35 graus. Uma camionete com toldo adaptado leva os turistas. Uma das atrações famosas é a ponte de pedra, uma gigante ponte de pedra maciça que ergue-se em meio ao deserto, desafiando o tempo e os ventos. Durante o tour vê-se tendas de beduínos mais pobres, que pastoreiam ovelhas e camelos, sendo que os camelos brancos são mais valiosos pois se prestam para a corrida de animais em meio ao deserto. Os beduínos são muito hospitaleiros e convidam o turista a entrar em suas tendas, sentar e tomar um chá. No dia que visitamos uma dessas tendas havia um beduíno que tocava um instrumento rude, parecido com violão e cantava canções árabes.
Na tenda dos beduínos |
Amanhecer no deserto |
Um
dos momentos mais preciosos é o por de sol no deserto. O guia nos leva a uma
montanha e pode-se apreciar o sol, despendido-se como um príncipe em meio ao
deserto nu, para o encantamento dos turistas, que embasbacados eternizam o momento
com belas e inumeráveis fotos e filmes.
As tendas, com banheiro privativo |
À
noite, primeiramente são desenterradas da areia, algumas panelas de carne de
ovelha cozida, que, posteriormente são servidas aos hóspedes, com muita salada
e numerosos temperos árabes. A pista de dança sempre está cheia de beduínos que
convidam os presentes a dançar. Um barzinho oferece todo o tipo de bebida
ocidental para delicia dos turistas que pagam com dinar, o dinheiro jordanês,
que equivale à libra esterlina. Aqui não há desvalorização do dinheiro, pois o
dinar segue a possível oscilação da libra. A temperatura cai verticalmente e
usa-se um suéter, para enfrentar o frio noturno.
O por de sol deslubrante |
Wadi Rum vai ficar em minha memória como um dos locais mais
espetaculares desta visita a Jordânia.
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