Seguindo os passos de Mathias Simon que deixou a Alemanha em busca de
novas terras, também Jacob Simon, deixou o Brasil e embrenhou-se mata a dentro
no interior do Paraguay, em 1969, tornando-se o primeiro Simon naquele país. São
homens de fibra e de resistência que desafiando todos os riscos, deixaram para
trás toda uma vida aqui no Brasil para fundar uma nova geração de Simon
paraguaios.
Jacob, a esposa Romilda e os filhos |
A trajetória de Jacob
Simon é deslumbrante. Filho de Felipe Simon, que por sua vez é filho de José
Simon, que por sua vez, filho de Mathias Simon Júnior e finalmente filho de
Mathias Simon,. Jacob Simon é trineto de
Mathias Simon. Nascido em Carazinho, Jacob casa-se no dia 29 de novembro de
1964, com Romilda Antonelli em Tiradentes, então município de Três Passos. Dali,
foi morar em Derrubadas sempre em busca de trabalho para sustentar a família. O
destino os levou a São Miguel do Oeste e
ali nasceram os restantes filhos. Como os negócios não iam bem, resolveu tentar
a vida no Paraguai, atraído por outros brasileiros. Visitou o Paraguay por duas
vezes antes de levar a família e em 1969, decide-se, levando toda a mudança,
inclusive os cachorros de caça que seriam vitais para enfrentar as onças, nos
primeiros anos. O local escolhido foi uma localidade denominada Piquiry, uma
região de selva, com tudo a ser explorado. Hoje Piquiriy fica às margens do
Lago Itaipú e distante uns 50 kms de Ciudad del Este.
Sua esposa Romilda conta que
quando chegaram, foram morar num galpãozinho no meio do mato. Na primeira noite
bateu o desespero, pois era um lugar inóspito e a vontade era de voltar no
outro dia. Mas “no dia seguinte, todos os vizinhos acorreram e se ofereceram
para ajudar a erguer uma casa, todos sorridentes e amigos. Daí, resolvemos
ficar. Era um povo bom, humilde, constituído na maioria de brasileiros e principalmente a terra era muito boa. Mas
os problemas começaram a aparecer. Tudo o que se produzia não era
comercializado. Não havia quem comprasse os produtos. Dai, as coisas foram mudando. Um padre vinha uma vez por mês e aos poucos
Piquiry constituiu-se em paróquia e Jacob viu que o negócio era colocar um
moinho de arroz, para descascar o produto e revendê-lo. Foi o primeiro moinho
da região”.
Encontro dos Simon no Paraguay em 2005 |
Jacob com a mulher e
os filhos foram progredindo e comprando mais terras ao redor, formando um
grande patrimônio que é conservado até os dias de hoje.
Jacob era um homem de
hábitos bem constituídos: todos os dias, ao levantar-se tomava chimarrão
rodeado dos filhos e ali dividiam-se as tarefas do dia. Também era exímio
tocador de gaita e violão e animador
das festas e bailes da região. E o mato foi dando lugar à agricultura e
hoje os campos do Paraguay banhados pelo
Lago Itaipú são um imenso tapete verde. Romilda conta que os primeiros anos
foram muito difíceis. Graças aos cachorros, as onças deixaram de atacar em
casa.
O nosso pioneiro, no
entanto, começou a ficar com a saúde abalada. Devido ao trabalho esfalfante, aos poucos
a saúde de Jacob começou a deteriorar-se e a pressão alta o levou a um primeiro
derrame cerebral. Foi atendido imediatamente e conduzido a Curitiba, onde
restabeleceu-se. Dai em diante foram
muitos os problemas e outros AVCs o
levaram à morte, depois de alguns anos em tratamento. Morreu com apenas 53
anos.
Homem de caráter e
destemido, ousou arregaçar as mangas e desafiar as matas do Paraguay,
implantando raízes profundas mas que hoje se espalham por diversas regiões do
país. Seus filhos hoje casados formam uma grande família.
Josemir Simon, o
filho mais velho, continua a atividade do pai, cultivando a terra-mãe tanto no
Paraguay como no Brasil. Os demais filhos também se dedicam à agricultura com
fazendas naquele país. Coube a seu filho Josemir, liderar o primeiro encontro
dos Simon no Paraguay, no dia 5 de agosto de 2005, na cidade de Hernandárias,
reunindo mais de 120 pessoas. Jacob - o primeiro dos Simon no Paraguay - hoje é
reverenciado pelos seus e por toda a grande família Simon.
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