quarta-feira, 20 de setembro de 2017

JACOB SIMON, O PRIMEIRO SIMON A PISAR EM TERRAS PARAGUAIAS


              Seguindo os passos de Mathias Simon que deixou a Alemanha em busca de novas terras, também Jacob Simon, deixou o Brasil e embrenhou-se mata a dentro no interior do Paraguay, em 1969, tornando-se o primeiro Simon naquele país. São homens de fibra e de resistência que desafiando todos os riscos, deixaram para trás toda uma vida aqui no Brasil para fundar uma nova geração de Simon paraguaios.

Jacob, a esposa Romilda e os filhos

            A trajetória de Jacob Simon é deslumbrante. Filho de Felipe Simon, que por sua vez é filho de José Simon, que por sua vez, filho de Mathias Simon Júnior e finalmente filho de Mathias Simon,. Jacob Simon é trineto de Mathias Simon. Nascido em Carazinho, Jacob casa-se no dia 29 de novembro de 1964, com Romilda Antonelli em Tiradentes, então município de Três Passos. Dali, foi morar em Derrubadas sempre em busca de trabalho para sustentar a família. O destino os levou a São Miguel do Oeste  e ali nasceram os restantes filhos. Como os negócios não iam bem, resolveu tentar a vida no Paraguai, atraído por outros brasileiros. Visitou o Paraguay por duas vezes antes de levar a família e em 1969, decide-se, levando toda a mudança, inclusive os cachorros de caça que seriam vitais para enfrentar as onças, nos primeiros anos. O local escolhido foi uma localidade denominada Piquiry, uma região de selva, com tudo a ser explorado. Hoje Piquiriy fica às margens do Lago Itaipú e distante uns 50 kms de Ciudad del Este.

            Sua esposa Romilda conta que quando chegaram, foram morar num galpãozinho no meio do mato. Na primeira noite bateu o desespero, pois era um lugar inóspito e a vontade era de voltar no outro dia. Mas “no dia seguinte, todos os vizinhos acorreram e se ofereceram para ajudar a erguer uma casa, todos sorridentes e amigos. Daí, resolvemos ficar. Era um povo bom, humilde, constituído na maioria de brasileiros  e principalmente a terra era muito boa. Mas os problemas começaram a aparecer. Tudo o que se produzia não era comercializado. Não havia quem comprasse os produtos.  Dai, as coisas foram mudando.  Um padre vinha uma vez por mês e aos poucos Piquiry constituiu-se em paróquia e Jacob viu que o negócio era colocar um moinho de arroz, para descascar o produto e revendê-lo. Foi o primeiro moinho da região”.

Encontro dos Simon no Paraguay em 2005
 


         Porém Jacob não se abatia. Logo que arranjou dinheiro, comprou terras onde se produzia hortelã, em grande quantidade e junto com a terra, havia um alambique para a produção de óleo de hortelã. Revela a esposa Romilda que com a hortelã ganhou-se muito dinheiro, pois “logo tivemos que colocar outro alambique. Trabalhava-se dia e noite sem parar, junto com os vizinhos e o dinheiro foi chegando. Em poucos anos comprou-se um trator e depois outro trator. Assim foi dando uma estrutura à granja, que logo com o advento da soja, tudo foi transformado em lavoura de soja e trigo.

            Jacob com a mulher e os filhos foram progredindo e comprando mais terras ao redor, formando um grande patrimônio que é conservado até os dias de hoje.

            Jacob era um homem de hábitos bem constituídos: todos os dias, ao levantar-se tomava chimarrão rodeado dos filhos e ali dividiam-se as tarefas do dia. Também era exímio tocador de gaita e violão e  animador  das festas e bailes da região. E o mato foi dando lugar à agricultura e hoje os  campos do Paraguay banhados pelo Lago Itaipú são um imenso tapete verde. Romilda conta que os primeiros anos foram muito difíceis. Graças aos cachorros, as onças deixaram de atacar em casa.

            O nosso pioneiro, no entanto, começou a ficar com a saúde abalada. Devido ao trabalho esfalfante, aos poucos a saúde de Jacob começou a deteriorar-se e a pressão alta o levou a um primeiro derrame cerebral. Foi atendido imediatamente e conduzido a Curitiba, onde restabeleceu-se. Dai em diante  foram muitos os problemas  e outros AVCs o levaram à morte, depois de alguns anos em tratamento. Morreu com apenas 53 anos.

            Homem de caráter e destemido, ousou arregaçar as mangas e desafiar as matas do Paraguay, implantando raízes profundas mas que hoje se espalham por diversas regiões do país. Seus filhos hoje casados formam uma grande família.

           Josemir Simon, o filho mais velho, continua a atividade do pai, cultivando a terra-mãe tanto no Paraguay como no Brasil. Os demais filhos também se dedicam à agricultura com fazendas naquele país. Coube a seu filho Josemir, liderar o primeiro encontro dos Simon no Paraguay, no dia 5 de agosto de 2005, na cidade de Hernandárias, reunindo mais de 120 pessoas. Jacob - o primeiro dos Simon no Paraguay - hoje é reverenciado pelos seus e por toda a grande família Simon.

 

 

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