domingo, 10 de setembro de 2017

JOSÉ ALOYSIO SIMON, O PIONEIRO DOS SIMON NA ARGENTINA

 
 
 
 
O espírito aventureiro do pioneiro Mathias Simon, deixando sua velha Alemanha e se enfurnando nas matas gaúchas do Brasil em 1829 foi seguido de perto por um de seus descendentes quase 100 anos depois, pelo neto José Aloysio Simon (1888-1936) filho de Nicolau Simon, o terceiro filho de Mathias.

José e Amália


Bom Princípio (RS). 1920. José Aloysio Simon com sua mulher Amália Schmitz, já com três filhos Benno Edvino, Maria Salomé e Pedro Albano, viviam sonhando com novas perspectivas de vida. Além de ser alfaiate e agricultor, José Aloysio estava inquieto vendo o futuro de seus filhos. Neste tempo, correu o boato que novas colônias estavam sendo organizadas em Misiones (Argentina) e que uma empresa colonizadora estava recrutando colonos de origem alemã para iniciar uma nova colonização.
-Pronto - disse José Aloysio - É nesta que nós vamos!
José Aloysio foi um dos primeiros a se inscrever na Colonizadora. Tomadas as primeiras providências, vendeu todos os bens e ficou sonhando com as novas terras. Cem anos depois José Aloysio repete o sonho de Mathias, aventurando-se por novas terras e meio à mata argentina.
Casa de José Aloysio nos dias  de hoje




Nos primeiros dias de abril de 1920, parte a família Simon da Estação Ferroviária de São Leopoldo com todos os pertences em caixotes, mas levando na alma a esperança de realizar o grande sonho: possuir terras boas, agricultáveis e um futuro promissor para os filhos e netos. O trem passa por Porto Alegre e vai até Uruguaiana. Ali é feito o transbordo para trens argentinos, que vão até Posadas, capital de Misiones. Dali em diante era o desconhecido. Não havia estrada de rodagem e o único meio de locomoção era o barco pelo Rio Paraná. E a 8 de abril de 1920, José Aloysio Simon com sua família desembarca na Colônia San Lamberto, hoje Puerto Rico, uma colônia fundada seis meses antes por Carlos Culmey e o Pe. Max Lassberg.

Podemos imaginar o espanto de José Aloysio e sua família ao desembarcar em Puerto Rico. Abandonados à própria sorte, sem ajuda do governo, apenas da colonizadora, passaram os primeiros dias em um barracão, juntamente com outros colonos. Confiando apenas no Senhor e na pontaria das espingardas e pescando no Rio Paraná, estes pioneiros enfrentaram os primeiros meses com muitas agruras. Começam a ser abertas as primeiras picadas e são construídas as primeiras casas de madeira. José Aloysio com suas economias compra dois lotes de terras totalizando 62 hectares e ali começa sua vida na nova pátria, vencendo o mato com o machado e o serrote, começa a plantar para o sustento da família ao mesmo tempo que a pesca era o grande meio de alimentação.



A família de José e a casa

Em 1931 com a família já constituída no total são oito filhos. Além dos três filhos que nasceram no Brasil, vieram outros cinco: Prisca, Érica, José Inácio, Luiz e Mário. O pai José Aloysio funda com seus amigos e vizinhos um coral masculino que enfeitava as festas de igreja e outras celebrações como os primeiros casamentos. Infelizmente, 16 anos depois de sua chegada, José Aloysio vem a falecer em 1936, de uma doença ignorada, na época. Tinha apenas 48 anos. A viúva Amália segue explorando a propriedade já com a ajuda dos filhos mais velhos. Hoje a descendência de José Aloysio é numerosa e seus netos e bisnetos se espalham por toda a região de Misiones, principalmente em Puerto Rico. Em 1982 foi feito o primeiro Encontro dos Simon na Argentina com mais de 200 presentes. Foi um dia maravilhoso para todos. Em 2010, outro encontro festejou os 90 anos dos Simon na Argentina. Hoje seus descendentes povoam a região de Puerto Rico (Misiones), a cidade com mais parentes naquele país.

Primeiro encontro dos Simon em 1982

A coragem, a valentia, o espírito aventureiro de José Aloysio vai permanecer pelos séculos afora. Seu nome será lembrado com orgulho pelas próximas gerações pois foi um homem destemido, digno de ser imitado que faz parte da galeria dos grandes Simon de nossa história.

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