sexta-feira, 20 de outubro de 2017

MARIA SIMON ESCHER, A MAIOR AVENTUREIRA SIMON


Um dos grandes feitos dos Simon, no século passado, digno de registro  e que demonstra a fibra das mulheres Simon foi Maria Simon, casada com Pedro Fridolino Escher. Maria nasceu na Linha Caraguatá, então município de São Luiz Gonzaga, hoje Cerro Largo, no dia 22 de setembro de 1922. Em 1939, transferiu-se para Alecrim. Tinha então 17 anos. Ali com seus pais e doze irmãos, dedicavam-se ao fumo como principal produto, na roça. E com os seus 21anos, casa-se  com Pedro Fridolino Escher, um moço esbelto de Santo Cristo.
A simpática dona Maria
 
            A vida era na roça, no interior de Alecrim, junto aos peraus do Rio Uruguai. Era uma vida muito difícil. Mas Maria seguiu os passos de sua família paterna, constituindo uma grande família tendo 11 filhos, em vinte anos de casamento.
            No pensamento de Pedro e Maria um sonho começou a projetar-se: a transferência da família para o Paraná. Nas décadas de 1960 e 1970, a leva de gaúchos ao Paraná e Mato Grosso foi muito grande. Mas a família tinha poucas posses. Então veio a decisão: iriam de carroça, de Alecrim até Medianeira, no Paraná, logo após a fronteira com Santa Catarina.
Dona Maria em sua casa recebendo parentes
 
            Feitos os preparativos e depois da venda da terra, a família com 11 filhos inicia a longa viagem de um mês, atravessando todo o noroeste do Rio Grande do Sul, por Santa Rosa, Tucunduva, Horizontina, Três Passos, passando de balsa o Rio Uruguai e seguindo o trajeto rumo ao Paraná, atravessando, de sul a norte, toda Santa Catarina. Conta Maria, que as crianças viajavam na carroça e os maiores e os pais caminhavam a pé. Levavam ainda uma vaca, uma junta de bois, um cavalo, ferramentas, pertences da família, um fogão e comida suficiente para o longo trajeto. Durante a espinhosa viagem acontece o inesperado: a vaca deu cria e a caravana estacionou por um dia. No outro, o terneirinho viajou na carroça e a mãe atrás do filhote.
            O Paraná, naquela época, era a terra da promissão e à espera de mão de obra para a derrubada de mato virgem. Pedro e Maria com os filhos se estabeleceram na Linha Boa Vista, no município de hoje Serranópolis. Na época pertencia a Medianeira.
 
 
Dona Maria no Encontro dos Simon em Foz do Iguaçu
 
            A família adquiriu terras produtivas. Os primeiros anos foram de grandes dificuldades, pois o sustento da família vinha da derrubada da mata virgem cujas toras eram vendidas na serraria local de Lúcio Coito. Plantava-se mandioca e milho e ali a família permaneceu até os dias de hoje.
            Em 1962, foi organizada uma festa na comunidade de Boa Vista para arrecadação de recursos para construir a igreja. Dois anos depois houve a inauguração com outra grande festa. O primeiro boteco na vila surgiu em 1961, seguido de escola, farmácia, mercearia. A vida corria tranquila e a população reunia-se aos domingos para jogar bocha, futebol e participava dos bailes. Em 1978, a localidade possuía 250 famílias. Dali em diante entrou em declínio a ponto de, passados 30 anos, em 2005 apenas restava a igreja, o salão de baile, o campo de futebol e o cemitério. Os colonos, na sua maioria foram para as cidades próximas.
 
Um dos bordados na parede da cozinha de Dona Maria
             Porém Maria, em 2005, com mais de 80 anos, ainda residia com uma de suas filhas, no mesmo local. Maria tinha, então, 10 filhos, 31 netos e 17 bisnetos. A veneranda veio a falecer somente no ano de 2012.
            Este é um dos exemplos dos milhares de parentes que foram tentar nova vida no Paraná, Mato Grosso e outros Estados. Hoje os Simon estão em 17 estados da Federação.
            Desta forma, os Simon ajudaram na colonização do oeste paranaense e contribuíram com seu trabalho no desenvolvimento de um dos melhores Estados brasileiros.

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