segunda-feira, 30 de outubro de 2017

MATHIAS SIMON, SOLDADO DE NAPOLEÃO BONAPARTE


                Um dos  grandes feitos do nosso ancestral alemão Mathias Simon foi servir as tropas de Napoleão Bonaparte, o imperador da França. O testemunho oral de uma senhora, em Santa Cruz do Sul, que conheceu Mathias e que foi transmitido para Pedro Emanuel Simon, nos idos de 1920 foi de que o velho Mathias cantava canções militares em francês e falava das guerras que ele participou em Portugal, Espanha, Áustria, Itália e por fim a invasão russa em 1812.           Nesta invasão, ao todo foram 600 mil soldados recrutados na França e Alemanha, dos quais 200 mil eram dos Estados alemães da Westphália, Hesse, Turíngia, Saxônia, Baden,Würtenberg e Baviera. Um destes soldados foi Mathias Simon.
 
   
Jornalista Camilo Simon em frente a um dos monumentos
 da batalha de Borodino em Moscou
 
              Não é fácil imaginar esta participação deste alemão nas guerras napoleônicas. A realidade foi muito dura como contam os historiadores. A invasão da Rússia por Napoleão foi um dos maiores erros estratégicos do imperador que foi vencido pela astúcia dos russos e pelo inverno. Os russos com uma estratégia de recuar sempre mais em direção a Moscou foram batidos na batalha de Smolenk. Dali até Moscou foi uma passagem triunfal chegando a Moscou em 1812, depois de vencer os russos em outra batalha a de Borodino. Napoleão alojou-se com suas tropas no Kremlin. Na noite de 12 para 13 de setembro de 1812, Napoleão foi acordado e viu Moscou em chamas. A solução encontrada pelos moscovitas para não renderem-se foi atear fogo na cidade, antes de fugirem para o interior do país. Para Napoleão, Moscou era a capital asiática deste grande império, a cidade sagrada do povo de Alexandre o czar russo e o centro religioso da religião ortodoxa.


Museu no local da Batalha de Borodino
                    Já sem víveres e sem poder negociar com o czar russo, Napoleão inicia a retirada para a França com o exército que restou. Na volta, sempre acossado pelos cossacos, a maioria do exército morreu de fome e frio, especialmente na passagem do Rio Berezina, onde a ponte foi queimada pelos russos, obrigando os soldados a atravessar ou de barco a ou a nado, com 18 graus negativos. Na oportunidade além dos 30 mil cavalos que morreram, milhares de soldados não resistiram nas águas geladas. Chegando na região da Letônia, Napoleão abandonou o exército que restou e de trenó voltou às pressas para Paris para reorganizar outro exército de 500 mil homens. Ao final restaram apenas oito mil soldados de um total de 600 mil. Entre os sobreviventes estava Mathias Simon, o valente.
Cama de campanha de Napoleão Bonaparte
              Depois de 178 anos, em 1990, foi com emoção que visitei o local onde desenrolou-se a sangrenta batalha de Borodino, perto de Moscou, onde morreram 100 mil russos e outros 100 mil soldados das tropas de Napoleão Uma verdadeira carnificina. Percorrendo os campos e vales de Borodino, recordei o nosso ancestral que ali viu a morte ao seu lado. Hoje, Borodino é sede de um grande parque onde está instalado um museu com armas da época e com a cama de campanha de Napoleão. Ao longo de todo o campo de batalha, inúmeras homenagens com bustos de heróis russos e com monumentos ressaltando a coragem e a astúcia dos soldados. Sem dúvida estas imagens tétricas ficaram gravadas na memória de Mathias Simon, por toda a vida.
Pintura descrevendo o rigoroso inverno russo

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